quinta-feira, outubro 28, 2010

Tudo podes

Podes soprar-me nos ouvidos os frutos das tuas insônias.
Podes aquecer-me o pescoço espalhando o teu hálito sobre ele.
Podes me entorpecer com a frequência de tuas confidências
E exasperar-me diante de tua espera.
Podes sorrir delicadamente. Só tua boca tem volumes saborosos.
Podes abrir os braços e me desenhar abraços, pois teu corpo já é dantes meu abrigo mais terno.
Jogues fora as dores que te fazem partir ao meio a certas alturas.
Pule comigo dos precipícios. Lá embaixo, nos encerramos a sóis.
Sim, há de haver um esconderijo para que eu te proteja da cegueira dos ventos.
Lá no firmamento do desconhecido só há brisas.
Então lá, podes soprar-me teus desatinos.
Podes sorrir e ser meu riso!

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