Mas, nem mesmo quem está perto, de fato me enxerga.
Tudo reside na minha longa viagem interior.
Na minha introspecção delirante.
No retiro diário de minhas loucuras.
Não há quem me apreenda.
Qualquer desejo de totalidade aqui se encerra.
Eu gosto de viajar para lugares que nem sei onde ficam...
Tudo se passa aqui na mente: não é só imaginação...
É um não-lugar necessário. É o dentro de mim, eterno... Intenso e fecundo.
Meu olhar me denuncia, não somente minha atenção - ou falta dela.
Estar aqui - no mundo lógico e concreto - é, por vezes absurdo, sufocante e difuso.
Ai, então eu me espalho... Da circulação do sangue à abstração da alma.
Transito entre dois mundos: o mundo em mim e eu no mundo...
Em ambos, sempre delirante.