domingo, agosto 25, 2013

No bar

Não é uma questão de omitir, mas de fingir.
Finja que gosta de brócolis, quiabo e fibras.
Derrame sua cerveja sobre essa falsidade.
Arme seu novo plano. Execute-o.
A cada gole amargo da espuma,se perca.
Não finja que engole enquanto o outro perde a razão.
No bar a vida alheia é trama, narrativa, resenha.
Na vida em si, cada um guarda a sua verdade interna.
Vidros são quebráveis.
Interesses podem ser descortinados.
E se te descobrirem? O que você vai fazer?
O que você faria se não pudesse ser o que deseja?
Forjaria sorrateiramente que seria?
A cada gestinho inocente percebo uma fagulha para incendiar o outro.
Minúcias.
Só os raros podem ver. As regras são retilíneas.
Não se enxergam fora disso.
Na mesa de um bar pode se descobrir muita coisa, inclusive nada!

A arte de massagear

Tem gente que acha que possui a tudo em questão de segundos.
Tem gente que forja com extrema rapidez uma suposta "identificação".
Eu tendo dó de gente que pensa que pode e sabe tudo.
Alma... Ah, queime a alma e o corpo!
Que significados inventados de momento são estes!
Não me engano e nem absorvo por tão pouco.
Teimo.
A verdade é que somos todos, no fundo, bem no fundo, os mais despossuídos dos seres.
Toda a nossa urgência de ser alguma coisa e de mostrar isso aos outros escapa quando nos vamos.
Um dia seremos somente pó assim como tudo que vier a se saber sobre nós.
Essas máscaras hão de cair.
E os bobos hão de sofrer.
Caíram no papo, na conversa mole daqueles que lapidam e massageiam egos por conveniência.
Guarde o que pensa, eu perdoo... Mas, não ouse concordar o que lhe enoja para agradar.
Isto sim é verdadeiramente nojento!