domingo, agosto 25, 2013

No bar

Não é uma questão de omitir, mas de fingir.
Finja que gosta de brócolis, quiabo e fibras.
Derrame sua cerveja sobre essa falsidade.
Arme seu novo plano. Execute-o.
A cada gole amargo da espuma,se perca.
Não finja que engole enquanto o outro perde a razão.
No bar a vida alheia é trama, narrativa, resenha.
Na vida em si, cada um guarda a sua verdade interna.
Vidros são quebráveis.
Interesses podem ser descortinados.
E se te descobrirem? O que você vai fazer?
O que você faria se não pudesse ser o que deseja?
Forjaria sorrateiramente que seria?
A cada gestinho inocente percebo uma fagulha para incendiar o outro.
Minúcias.
Só os raros podem ver. As regras são retilíneas.
Não se enxergam fora disso.
Na mesa de um bar pode se descobrir muita coisa, inclusive nada!

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