terça-feira, outubro 05, 2010

Águias e bobagens

As próximas bobagens escritas serão feitas do vazio
E para o vazio voaram como águias!
Essas bobagens das quais me faço,
Essas bobagens nas quais me envolvo,
Nessas bobagens todas, ferozmente me dissolvo!
Nessas bobas passagens, a escrita me dilacera.
Me (in)completa.
Esperneia dialeticamente.
É loucura. Devaneio.
Tudo destoando por inteiro.
Isso é tanta coisa que nada renova.
Só repete. Só mastiga.
Só devolve.
Só decorre de mim e corre para algum lugar.
Talvez para o vazio.
Talvez como águias para a liberdade dos vazios.
Para os buracos infinitos do nada-ser.
Do nada-poder ser.
Já que tudo é assim,
não fujo ileso.
Nas asas das águias transponho meus medos
para que eles voem
e mais do que isso
para que desaguem.

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