É orvalho que caí por
sobre a folha.
Pingo d’água que ali se
concentra para poetizar-me violentamente!
É sonho isso que
insisto em ver como cena real.
É vento esse movimento
do ar que recobre minha face e bagunça meu cabelo.
Faz uma noite linda lá
fora.
Aqui da janela, um filme
inteiro passa.
Já não estreia, só se
repete.
É medo a causa dessa
inconstância
E é por causa dele que
tenho me invadido de hermetismo.
Em tentativas
frustradas de confundir
De parecer disforme,
eu me perdi...
E vi a noite cair nos
pinguinhos daquela chuvinha fina!
E já não era uma folha
que sentia seu toque,
Mas sim uma flor que
se orvalhava!
Aquele orvalho era a
lágrima do mundo escorrendo nos seus recantos.
Era ânsia.
Era o mundo
cercando-se de si próprio
E eu ali presente a
contemplar fugidio.
Toda aquela cena se perdia
em mim.
Meu pensamento era
egoísta demais para não priorizar minhas misérias!
E então eu vomitava as
minhas dores
E as transportava para
a cena principal.
No fim das contas,
aquilo era só um respingo da solidão.
Do momento só.
E só.
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