segunda-feira, outubro 11, 2010

Cor e palidez

Pensamento lento.
Pestanejando ao relento.
Ah! Idéias sem donos...
Caminho sem pousos...
Saudades de tudo!
Dias claros para fazer surgir cores vastas.
Hoje, quero pintar as paredes da casa
Enfeitá-las.
Vou escrever meus poemas esparsos
nas portas, nos armários.
Vou preparar um café meio-amargo
Para cumprir meu doce vício.
Vou fingir que renego o tempo
Sou descontinuista de momento.
Hoje tem cor e palidez em tudo.
Lá fora grita a dor do mundo.
Aqui rasgo em mim as turvas desatenções das quais sou feita.
Eu sou fragmento
Desse vão isolamento
Dessa lamúria vislumbrada.
Trai àquelas almas da calçada.
Trai os grifos.
Estou marcado, meio algoz, meio atroz.
Sou réu confesso dos crimes dos sensacionistas.
Não se enganem: é sensacionismo o alarido das sensações.
Nada de sensacionalismo...
Tudo aqui é só o que sinto.
Vou embora abrir o portão...

Nenhum comentário:

Postar um comentário