Teus gritos! Quero os
teus gritos!
Quero teus sons, seus
gemidos...
Seus delírios ao pé do
ouvido...
Quero teu riso não tão
breve e nem indeciso.
Quero dividir contigo
essa metade incerta do meu caminho.
Quero a passagem das
horas contempladas diante da natureza dos teus olhares.
E soprar-te as letras
das canções que juntos cantamos
Para que assim não
mais te esqueças de nossas cumplicidades
De nossas formas de
sentirmo-nos em presença constante ainda que distante.
Quero encantar-te com
aquela minha forma de sorrir da qual tanto te agradas!
E preparar-te aquele
café forte em meio às possíveis noites congelantes
Para aquecer-te o
hálito e os lábios
A interioridade de
teus sabores...
Quero provar-te
daquelas maneiras que te desmancham...
E conservar-me na
temperatura do teu corpo
Diluindo as dores,
abrigando-me dos desprazeres da inadequação.
Ah! Quantas coisas desejo
viver sentindo agora!
Quantas palavras me
são completamente inúteis nesse momento para definir-me diante de ti...
Contudo, posso tentar
resumir:
Olhas, tu que estais aí
no outro lado da porta,
Deixe-me uma vez ao
menos viver a sensação de reconhecer-me em ti!
E entrego-me, em
silêncio, para gritar dentro de ti.
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