quarta-feira, novembro 03, 2010

Discos

Discos... Muitos discos.
Voadores ou musicais...
Espalhados aqui pela cama
Estão meus velhos discos
Rabiscados da minha história
Ou traçando a ela própria.
Canções antigas em idiomas confusos.
Não compreendo nada além dos portugueses sotaques.
As palavras estrangeiras me demonstram o quão delas sou eu mesma estrangeira!
E então os discos voam ou os faço voar.
Decolam suas partes espelhadas quase sempre arranhadas,
Marcadas pelo contínuo uso e agora entregues ao completo desuso.
Eu queria que os seus sonhos voassem
E que esses meus desejos loucos fossem deveras atendidos...
Eu queria que da vida um instante belo de loucura.
E desses discos, o que eu quero deles?
Quero que toquem minhas insanidades
E que seus barulhos me devorem o medo.
Quero que esses discos me repitam. Me desmintam.
Quero música para alimentar a alma
E discos para quebrar quando raiva quiser descontar.

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