domingo, março 14, 2010

O meu "não-academicismo"?!

Tenho desejo de me partir ao meio...
De cegar toda e qualquer distância que me ocorre nos olhos...
Tenho ânsia de uma liberdade que não sei como alcançar!
E se eu lhe disser que tenho fome?!
Ah, eu tenho fome de vida...
Tenho compulsão por descaminhos...
E um caráter não prático e cotidiano que me isola...
Me isola dentro de mim mesma...
Invadida de arrepios...
De tudo quanto for doentio e incerto...
Minha doença é a irealidade da qual sou feita...
A irealidade que alimento a cada segundo dentro de mim...
Eu vejo tantas coisas de modo simples...
Mas as minhas expressões são tecidas sempre complexamente...
Eu sou um traço difícil...
Um rendado entrecruzado...
Um verso vazio...
Meus versos têm sido vazios...
Eles têm caminhado no vácuo...
Não alcançam nada...
A não ser a ponte da incompreensão alheia...
Mas quem disse que objetivo ser compreendida?
Quem disse que eu quero demostrar clareza?
Quem disse que anseio transparência perfeita de tudo quanto sou?
Quem disse que o meu olhar tem que mirar o que os demais miram?
Quem disse que o que defendo necessita de sua aprovação?
Quem arrancará de mim a tautologia de meus parágrafos?
Quem me ensinará a prosa perfeita?
Quem vai romper o delírio enterno que habita tudo que escrevo?
Eu sou tão humana quanto a gota de chuva que se perde no rio...
Eu sou uma fronteira...
Estou no limite da angústia do que sou...
E não desejo nada nesse momento a não ser estar partida ao meio!...

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