sábado, maio 29, 2010

Sobre solidão ou destino

Desperdicei anos escrevendo sobre estar só, lamentando-me do que eu imaginava ser meu destino. Temos a estranha mania de classificar nosso destino antes mesmo de vivê-lo. Antes de suá-lo em nossos poros, antes de vivermos a aventura que ele é. Como velhos sábios de tribos milenares, nos afirmamos conscientes de nossos fardos. Logo, associamos corriqueiramente o destino ao fato intempestivo. Negamos a grandeza e inocência de termos apenas entre doze e treze anos de idade. Esquecemos de tanto caminho que temos a trilhar e ainda que o ato irremediável de deixar de existir nos arrebatasse aos quatorze anos, ainda assim teríamos cumprido não um suposto destino, mas percorrido uma estrada. A juventude calada pelo não pulsar do peito e todo o resto de lembrança que podemos causar... Ah, mas por tão pouca coisa nos fazemos dor!

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