domingo, maio 16, 2010

Das dores cantadas do oratório...

Foi por amar.
O cenário: o altar.
O encontro: o olhar.
O destino: o amor.
O fim: a solidão?
Foi por sentir-se metade?
Foi por esperar?
Foi por crer ou descrer de tudo?
Que olhos desejava ver?
De que sombras a oração lhe pouparia naquele instante tão dolorido?
As dores poderiam ter como remédios as palavras?
Pouco se disse...
Tudo se contemplou...
Desvelo...
Grito sufocado...
Vento, prece...
Resto insuficiente de esperança...
Solos melancólicos ao fundo no dedilhar das cordas do velho violão...
Gemendo as dores que as preces não puderam afastar ou que apenas acolheram por misericórdia...
Tanto sol queimando a face do amor...
Tanta ventania espalhando as queimaduras do abandono...
Fazendo da pele a face do estrago da faísca...
Mas só vejo o rosto, o olhar desolado, perdido...
Teimando em inventar a dúvida, quando a certeza do nada já quebrara a porta com tantos avisos...
Os olhos pedintes de respostas, de chances... De riscos...
Nem o segundo de marejá-los foi tão longo...
Tudo foi demorado naquele dia...
Todavia não houve saída...
O fim se completou...
E o rosto permaneceu apático...

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