sábado, maio 15, 2010

Sobre o vento

Ventos rasantes correm pela rua. Ventos cheirosos na chácara. Há vento por toda parte. Há vento que te invade de sorriso e sensação de conforto. Que chega a você como a presença tão desejosa do outro. Há vento que te inunda da poeira das horas perdidas. Tão perdidas quanto escapadas. Velozmente ferozes, fugazes, inapreensíveis em si. Vento, ventania, brisa. Medidas de vento. Partículas de algo que sopra em você em velocidades variáveis. Certas vezes o vento é um abrigo. E a ventania uma vontade. E a brisa uma surpresa. Qual será a cor do vento? Vento e ar... Possibilidades de um algo que te toca, te arrepia, te conforta. Vento nas estações diferentes, vento nas faces ressecadas. Vento nos olhos: ciscos! Vento na pele desprotegida. Vento e sol: Seca a terra, rói o chão. Vento e lua: noite fria. Vento e lábio: o ar trocado, compartilhado. Sentir a vida nas partes do ar. Partes estas que te encontram de algum modo. Que te afirmam que a respiração é algo mais que respirar. Contemplar o ato de respirar... Contemplar o vento: essas loucuras que só os perdidos na realidade incerta do mundo sabem saborear... E... Deslizar em filosofia cotidiana.

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