terça-feira, setembro 07, 2010

Sou Rainha de mim


Sou a forma perfeita da imperfeição.
O riso desmedido.
Sou o incêndio provocado pela extensão das horas.
Esbravejo a história mal contada.
Dissimulo minha ferida mais interna.
Mas sobrevivo nos precipícios do desconforto.
As páginas mal escritas enveredam em mim o seu dissabor.
Dou mil faces à perfeição desejada, ainda que inatingível...
Milagre... Uma rosa florindo no jardim dos meus tédios...
Uma rosa branca pronta para se colorir das coisas do mundo...
Novo antigo enfeite dos momentos projetados.
Sinto aqui, por entre essas folhas de papel a dor que alastra o homem.
Gostaria de escrever coisas mais cabíveis em significados,
Mas isso me retiraria o sabor de criar... De fluir...
De ser irreal.
Pois a riqueza do que sou está nessa minha eterna perdição...
Essa perdição que me lateja...
Me condena e me coroa...
Sou rainha de algo qualquer...
Sou rainha de mim...

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