quarta-feira, setembro 22, 2010

Canto.

Canto como quem canta num cantinho. 
Canto devagarinho. Sussurando, baixinho... 
Leva vento, esse encanto! Melodias em pianos... 
Vai soprando um desengano, um desencanto. 
Flue um pranto, recolhido, rosto brando. Sonho tanto! O medo me escalando. 
Eu na nota derrapando. 
Colibris desafinando... 
Ceu furando meus enganos. 
Todo grito abafando. 
No cantinho esse canto. 
Essa bossa, esse fado. 
Tudo insano, misturado. 
Tudo em mim engasgado. 
Vem, que eu canto, ainda que o encanto seja tão desentoado!

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