terça-feira, dezembro 14, 2010

Não quero ser banal

Sentir-te nessas distâncias tão adversas me transporta para fora de mim mesma.
Eu te busco de modo incansável em cada verso.
Eu te transformo no meu verso eterno.
Tu e tuas formas se desenham inebriantes...
Sempre que quero o mar como esconderijo, o procuro em tuas palavras.
Parece que lá mora um sossego indefinível.
Os horizontes são elásticos e as prisões não passam de metáforas.
Contigo eu toco a miudeza do mundo, as texturas mais poeris dele.
Gozo do direito insano de retê-lo no espaço movediço da palavra.
Já não cedo às lógicas. Já não me presumo uma insincera momentânea.
Do outro lado da minha face há a minha própria face. Não há porque temê-la.
Sim, este é mais um instante incompreensível.
Tenho mergulhado em vontades sem fim, ainda que de forma alguma eternas.
Eu não sei a dimensão do que sinto, todavia não sugiro com isso fugas.
Eu só quero sentir, continuar sentindo tudo isso para não correr o risco de ser banal.
Veja bem, não discuto normalidades. Só não sei parecer tão ferozmente banal.
Para mim, que sou tão insensata, esta seria uma atitude suicida.

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