terça-feira, março 29, 2011

Textualizando sentimentos

As vezes o céu invade a janela e me permite sentir a sua cor se aproximando...
É uma sensação direfente, essa de tocar o azul em infinitas distâncias...
As vezes parece que o tempo vai congelar
e que assim eu poderei enfim te raptar da estranheza desse mundo cheio de incompreensão...
Eu sei que sou regida pela imaginação e você pela atenção, pelo zelo, pelo carinho.
Eu sei que a esta altura das horas há uma imensidão de sentimentos ai dentro de você...
Eles pulsam e se contorcem em busca de se afirmarem no grande cenário envolto de cenas não tão claras... Eu sei que a vida e ferve e evapora.
Eu sei que não somos tão sólidos e que a nossa liquidez nos apavora, antes mesmo de simplesmente nos aguar...
Eu sei que a água que você bebe é bem mais do algo de sabor indefinido...
Eu sei que você deseja beber tantas outras coisas nessa vida...
Porque a vida se desenrola na cadência meio insana dessa nossa suposta melodia...
Faremos do amor uma música?
Deitaremos de costas pro dia?
Alargaremos a noite, como se fosse estrada sem frio?
Onde eu repouso além do acorde da tua respiração?
Onde despertarei senão nessa fábula tão real que é sentir-se maculada de tudo aquilo que sem escolha inventou para si?...
Nessas palavras dispersas e perdidas, informando de coisas contraditas, entretidas?
Para quê palavras bonitas correndo feito ventania por aí, pelo tudo, pelo sim?...
Para quê qualquer certeza se insisto em estar aqui num abismo meio que comprimido...
Não sei ser de outra forma,
Nao sei me afirmar se não na espontaneidade de um interim sem nexo...
Porque sem nexo sou enfim...

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