quarta-feira, agosto 18, 2010

As palavras e eu


Eu me perdi um pouco no meio do caminho. 
Eu me perdi dentro de mim. 
E continuo usando as velhas palavras, as mesmas expressões para definir minhas sensações... 
Talvez isso se dê porque as próprias sensações me são antigas, repetitivas... 
Penso ter gestos poéticos, quando simplesmente tomo doses do ridículo. 
Tudo é absolutamente ínfimo. 
Para quê esconder-se por entre as palavras?... 
Fingindo-me no possível encanto delas? 
O que sou eu diante das palavras? 
O que posso querer tão ardentemente nelas? 
Não sei enfeitá-las. 
Não sei sentí-las. 
Não sei ruí-las! 
Nada sei da riqueza das palavras, das idéias, dos pensamentos... 
Sei da miséria de mim... 
Da fragilidade que me percorre... 
Pois é disso que sou feita: do frágil.
E assim eu me quebro... 
Atiro pedras na meu teto de vidro... 
Tudo quebrável aqui... 
Sou uma grande promessa... 
Já não se sabe até que ponto cumprida. 
Não sei mais continuar esse suposto verso... 
Indelicadamente já me perdi na sua ideia... 
Já não domino o que gostaria de dizer. 
Me escapou! 
Me escapou como me escapa o próprio gosto da vida!

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